sábado, 21 de março de 2015

Parkinson?

Quem estiver lendo isso no futuro, me diga se é verdade! Eu terei parkinson?

Ontem sentado assistindo a uma montagem no theatro Net, em SP e um determinado momento do espetáculo olhei para minhas pernas e as duas estava tremendo, não sentia o movimento delas balançarem. Não estava com frio. Eu as olhava e elas simplesmente tremiam. 


Fiquei aterrorizado! E confesso que ainda me assusto um pouco! Enquanto escrevo isso olho para minhas pernas para conferir se voltaram a tremer. Felizmente, não! 

Não sei o que foi que aconteceu, se foi um sinal de problemas no futuro ou apenas qualquer outra coisa, mas me assustou! É assustadora a ideia de saber que você terá uma doença. É como ouvir do cara da turma mais velha da escola que diz:


- Te pego na saída.

Você já sabe que vai ter que lutar, mas a quele momento entre a ameaça e efetivamente a luta são destruidores. Ter a doença é já estar na luta. E lutar é sempre bom! Mas esperar é um martírio.


segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Medo

Medo: (êsm (lat metu1 Perturbação resultante da ideia de um perigo real ou aparente ou da presença de alguma coisa estranha ou perigosa; pavor, susto, terror. 2 Apreensão. 3 Receio de ofender, de causar algum mal, de ser desagradável. sm pl Gestos ou visagens que causam susto.


Esta é a definição do Dicionário Michaellis. 

Estou tomado pelo medo. Quanto mais temos consciência, mais aterrorizante fica a vida. Não lembro de ter outro momento da minha vida que tenha sentido tanto medo, como o dia de hoje. Fui tomado por uma onda de medo que não sei explicar. Parece que após dois anos finalmente caiu a minha ficha.


Não tenho mais meu pai para me ajudar! Tenho que encarar de frente todos os meus problemas. Sejam eles financeiros, profissionais ou pessoais. Passei os últimos três ou quatro meses com medo de encarar a realidade. Passei os últimos dois anos jogando todos os problemas nas costas da minha mãe e minha irmã. Entrentanto, hoje parece que o medo de o que será o amanhã bateu na minha porta. 

Estou muito assustado! Não sei o que fazer. Não sei que caminho seguir. Não sei se quero continuar a fazer teatro, se ainda sei fazer teatro... me perdi completamente. A sensação que eu tenho é que não sei mais quem eu sou. Engraçado que neste momento começou uma série de trovões lá fora, é como se o Universo estivesse externando o que passa a minha cabeça. 

Passei os últimos dois anos fingindo que estava tudo bem, mas não está. Faz muito tempo que não está. Tentei ser forte, realizar projetos, mas sempre senti que algo estava fora do lugar. E realmente está. O mundo como eu conhecia não existe mais. Ele foi destruído!

Venho passando nos últimos cinco anos por ma série de perdas, e a cada nova pera, eu fingia que estava mais forte, mas só aumentava o buraco em que eu estava afundando. Deixei de realizar uma serie de trabalhos por não perceber e não me permitir sofrer as minhas perdas, estava sempre querendo provar para o mundo que estava bem, mas não estava. Eu não me permitir sofrer o luto das minhas perdar.

E foram muitas seguidas... nos últimos 04 meses venho procrastinando sem saber porque, venho evitando realizar trabalhos, meus projetos estão parados. Até hoje, eu usava a desculpa de que o problema era o fim/começo de ano no Brasil que é muito devagar, mas esta não é a verdade. 

A verdade é que estou com medo de encarar a vida. Estou tomado pelo medo de o que será o futuro. Se eu não me mexer e tudo der errado, porque dará se eu não me mexer. Posso colocar a culpa no destino/vida que foi muito cruel comigo. 

Devo aceitar o medo ou devo enfrentar o medo? Qualquer pessoa em sã em consciência diria enfrente. Mas dizer e fazer são duas coisas que não caminham juntos. Sou ótimo em oferecer conselhos consigo enxergar com panorama a vida das pessoas, mas não consigo colocar a minha em vista de se corrigir. 

Tenho medo da rejeição. Tenho evitado de fazer testes porque não me acho talentosos/capacitado o suficiente para atuar em musicais. Tenho evitado me aproximar de meninas que acho interessante porque não me acho atraente/interessante o suficiente para elas. Minha auto estima está debilitada? Com certeza. 

Estou em depressão? É possível! Mas como faço para sair desta situação? Como faço para encarar a verdade de que a partir de agora EU SOU O DONO DA MINHA VIDA? e sou o responsável pelo rumo que ela vai tomar? Devo voltar duas casas no jogo da vida ou devo recomeçar do zero? 

Minha mente está tomada por todas estas perguntas/dúvidas. E elas não me deixam andar. Quero ser ator, diretor ou produtor? Tenho capacidade para exercer uma destas funções ou ainda estou apenas sonhando, como sonhava ser jogador de futebol? 

Onde posso encontrar a resposta de todas estas dúvidas? Posso entregar a minha dúvida nas mãos de uma única pessoa?

Ou poderia apenas desistir disso e ser um trabalhador em uma empresa qualquer e esquecer esta historia? 

Neste exato momento não faço a menor ideia de como responder a isso. A única certeza que tenho é de que me fez um bem danado escrever e desabafar sobre o medo que está me consumindo. 

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Ontem em uma reunião eu ouvi uma descrição que poderia me machucar, e confesso que na horame machucou, mas pensando com mais calma na volta pra casa senti muito orgulho da forma como a pessoa me descreveu.

Estavamos falando sobre a dificuldade de levantar dinheiro para um projeto e a pessoa ligou para um amigo - que pensou eu agora nem um dos dois se considerarem amigos, no máximo colegas de negócios - e disse que estava com um projeto incrível que o mentor do projeto (eu) era um desses artistas que queria fazer pelo realizar da arte e não para ganhar dinheiro que não sabia a mina de ouro que tinha nas mãos. 

Lendo assim, até pode não parecer, mas a forma como ela falou isso, foi tão nojento. Era como se fosse uma cobra dando a volta na presa para picar e estivesse destilando o veneno. Fiquei calado, não disse nada, ela depois dque desligou percebeu que ela falou aquilo na minha frente e tentou disfarçar. Falando que tinha dito porque ele era uma pessoa escrota e precisava disso como incentivo. 

Poderia ter levantando e ido embora, mas resolvi ficar e dar uma volta nela. Quando sentei para conversar estava disposto a fazer o projeto acontecer em parceria, quando sai fiz ela pagar pra participar do projeto e ela mesma correr atrás do dinheiro. 

Sim, sou um artista e faço meus projetos pensando só no lado artístico. Se o projeto fizer lucro ótimo, mas não me prendo ao dinheiro para viver. 

Confesso que tenho pena dessas pessoas que se acham espertas, que tentam passar a perna nos outros tentando levar dinheiro com o trabalho dos outros. Ontem pelo menos ela achou que saiu ganhando e na verdade, quem ganhou fomos nós.   

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Chega um dia que a gente tem que deixar de ser o cara legal para ser o cara que realiza. Tenho percebido que ser legal, faz com que as pessoas pisem em você.

Acho que hoje eu entrei em uma nova fase, morre hoje o artista e nasce o empresário.

sábado, 23 de agosto de 2014

Grandes artistas são como estrelas no céu... de longe parecem fracas, mas quando se chega perto podemos ver a beleza e o seu verdadeiro poder.
MS SILVA

quinta-feira, 23 de maio de 2013

...

Muitas vezes eu vim aqui na minha mente, escrevia o texto todo, mas nunca vinha efetivamente escrever. Se passaram quase seis meses desde a última postagem, infelizmente meu pai não sobreviveu, na tarde do dia 21 de janeiro de 2013, as 17:45 meu pai veio à falecer, exatamente 01 dia após o meu aniversário.

Foram dois meses de muita luta por parte dele, mas a situação dele era muito difícil. Os médicos disseram que ele ter sobrevivido eles consideravam o milagre do ano, dificilmente ele sobreviveria sem muitas sequelas, ia visitá-lo todos os dias na parte da tarde. Os finais de semana eu deixava para minha mãe e os meus tios.

Antes de ontem fez quatro meses, às vezes ainda me pego esperando por ele chegar, dizem que o primeiro ano é muito difícil, mas que com o tempo a dor diminui, às vezes tenho vontade de chorar do nada, sinto que me emocionou facilmente em uma cena de novela, em música, em comercial de TV.

Eu tenho a mania de fugir dos problemas, de não enfrentá-los. Finjo que se eu não os vê-los, eles não existirão, há um pouco mais de uma semana fui obrigado a ir para Piedade, faleceu uma prima da minha mãe e eu fui levá-la de carro, fazia 10 anos que eu não ia para lá. A última vez que eu estive em Piedade foi no dia que meu avô foi enterrado.

Ao visitar a cidade muitas memórias vieram, fui dirigindo no caminho e lembrando das muitas e muitas vezes que cruzei aquela estrada no banco de trás de um carro com meu pai, ou seu Soares indo para lá. Infelizmente nenhum dos dois estão mais aqui, devem estar em algum outro lugar, se ele existir, conversando como bons amigos que eram. Eu passava por cada trecho da estrada lembrando de cada viagem, era como se eu estivesse entrando num túnel do tempo.

Depois da cerimônia fui até o sitio para ver como as coisas estavam, quis ver o campo de futebol, a venda, as casas dos vizinhos, queria ver se de repente eu via meu avô, ou quem sabe meu pai. Aquele lugar é recheado de fotos deles na minha memoria, mas infelizmente já era tarde da noite e estava tudo escuro e nós tínhamos que voltar para São Paulo.

Sei que vou voltar lá um dia, a ferida do meu avô já está mais cicatrizada. A do meu pai ainda é um corte aberto e infelizmente bem mais profundo, nem ao cemitério eu tive coragem de ir ainda. Me doí lembrar da imagem dele sendo enterrado e ficando lá sozinho.

Incrível como a vida tem me pregado peças nos meus últimos aniversários. Presentes que me deixarão marcados para sempre.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Pai - 18 dias

Hoje faz 18 dias que meu pai está internado. Ele teve um aneurisma no cérebro. Ele está desacordado desde que foi internado. É uma situação muito difícil. Estamos todos muito abalados.Dói muito ver minha mãe chorando pelos cantos, são quase 40 anos juntos, tudo aqui em casa tem ele, e ela está sentindo muito a falta dele. 
Estou tentando ser forte, mas não pra ser forte o tempo todo, e às vezes eu desabo. Tenho ido visitá-lo todos os dias, o quadro dele é  muito grave e instável. Tem dias que ele tem uma melhora significativa e no dia seguinte uma piora grande. Estou mentalmente muito cansado, todos em casa estamos.
Hoje minha mãe desabou de chorar quando abriu o guarda roupa e viu a lixa que ele usa para lixar o pé dela. Ele fazia isso quase todas as noites, e eu quem fiz isso hoje. Doeu demais, foi muito difícil. 
Agora a pouco minha irmã foi colocar meu sobrinho para dormir, e ele fechou os olhos e falou:
- Boa noite, vovô. Fica bem aí no hospital. 
Ele só tem 05 aninhos não tem consciência ainda, mas ele também sente a falta. Era ele quem acordava-o, trocava-o e colocava-o na van para ir a escola. Todas as atividades que eram do meu pai estão ficando para mim. 
Cada vez mais me vejo parecido com meu pai. Isso é motivo de orgulho, mas não gostaria de assumir as atividades dele por que ele está doente. 
Nos últimos dias disse tudo que um dia quis dizer, e por algum motivo eu deixei de dizer. É nessas horas que a gente percebe que a vida é só um grão de areia que levado pelo vento sem que tenhamos qualquer controle.
Pai volta logo. Quero ser seu espelho, mas quero te ver aqui do meu lado na mesma imagem refletida.