segunda-feira, 28 de abril de 2008

Solilóquio

Encaro a minha vida de forma anacrónica. Cansado de viver como um solipso. Resolvi ir atrás de uma mulher de verdade, não dessas que a gente costuma cria para sublimar a nossa carência. Dei adeuas as mulheres de vida ignóbil. Não quero dizer que a partir de agora serei um pulsinânime. Nada disso. Ao contrário. Vou viver para aceitar ser amado, que é muito mais difícil que amar. Estou praticando a deserção das mal amadas, mal compreendidas. As que não sabem nem quem são. E fingem saber o que querem ser. Querem ter o privilegio de se fazer indiferente, mas são mais cheias de dúvidas e medos do que o mundo todo ao seu redor. Uma geração de virtuais e falsos amores. Que assim como uma nova onda, são apagados pela próxima onda. E assim será até o dia em que também irão desertar.Uma geração que finge viver, mas na verdade não passa de uma geração anódina. Adoro ser o dissonante desta geração. Ao menos sinto o sentimento puro do amor, sem falsos movimentos. Amo mas sobre tudo pensando em não ser incauto. Sempre pensando no próximo. Não sou adepto de chutar cachorro morto. Então deixo aqui
somente a mensagem de que sou feliz por amar à todos, sem ferir à todos, como todos costumam se ferir.