sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Mas nós nunca teremos isto??

Estava vendo House M.D., uma das minhas séries favoritas. Já me disseram que tenho um temperamento parecido com Dr. House, e as vezes eu concordo.

Carrancudo, chato, teimoso, persistente, radical, mas correto, certeiro. É claro, que a vida não é um seriado de TV, em que tudo dá certo para o personagem no final. É bem diferente, várias vezes eu erro e pago um preço muito alto pelos erros. Algumas vezes maiores do que as outras pessoas, mas isso não vem ao caso.

Voltando ao seriado, baixei a 1º temporada inteira, e estava vendo o capitulo 09, para resumir, um trompetista de Blues vai parar no hospital após perder o fôlego numa gravação, ele já estava há algum tempo sem tocar, por estar tetraplégico, o que acontece é que ninguém sabe o motivo da paralisia. E House decidi descobrir, ao invés de só cuidar da pneumonia.

Nos EUA (não me recordo se aqui existe também) existe uma carta de "não ressuscitação" se você está quase morrendo e assina isso, você não pode ser ajudado, o cara tinha assinado essa carta... e blá, blá, blá... um monte de coisas. No resumo da opera House briga com o cara pra tentar salvá-lo.

Só escrevi isso tudo para transcrever uma conversa que os dois personagens tem, que parece que foi indicado por Deus, para eu assistir hoje, a conversa serviu para responder as perguntas que eu me fiz hoje pela manhã, e que me motivaram inclusive a tomar uma atitude que não deu certo, porque a pessoa não estava em casa, ou estava e não quis me atender, nunca se sabe.

A conversa é esta. House entra no quarto.

Paciente: Sai Daqui.

House: Claro!! Faz sentido. Me odeia por ter salvo a sua vida, mas para compensar você também estava morrendo por minha causa, então...

Paciente: Sabia que eu não queria ser salvo.

House: Isso é interessante. Sua tiróide estava baixa, mas não o bastante para causar depressão.

Paciente: Então, você vem me dizer que mesmo sem poder andar ainda posso ouvir os pássaros cantando, olhar o arco íris, sentir o sol batendo no meu rosto?

House: São coisas divertidas... Ok!!... A vida é um Saco!! A sua mais do que a da maioria. Não tão ruim assim. O que é uma coisa deprimente. Faça me um favor. Deixe me descobrir o que há de errado com você. Então, se você ainda quiser se matar ou te dou uma mão. Parece justo.

Paciente: É. Claro. vou ficar aquir para ajudar a sua persistência. Acabou. eu perdi o Fôlego. A sessão de ontem a noite com aqueles garotos para eu ver se eu ainda podia tocar. e eu não posso.

House: É só o que você é? Um músico?

Paciente: Eu tenho uma coisa igual a você.

House: Sério? Pelo Jeito você me conhece melhor do que eu te conheço.

Paciente: Conheço isso. Conheço dedo sem aliança. E essa sua natureza persistente é o grande segredo. Você não se arrisca a ser preso nem a sua carreira para salvar alguém que não quer ser salvo a não ser que tenha um motivo qualquer coisa. Uma coisa. O motivo dos cara normais terem esposa, filhos hobbies, o que for. é que eles não tem essa coisa que mexe com eles que é verdadeira. Eu tenho a música. Você tem este hospital. em que você pensa o tempo todo, o que faz de você um fora do comum. É, nos faz grandes. nos faz os melhores. Mas sentimos falta de todo o resto. Uma mulher esperando em casa após o trabalho com um drinque, e um beijo. Isso nós nunca teremos.

House: Por isso deus criou o Microoondas.

Paciente: É. Mas quando acabar, acabou!!

Isso foi muito esclarecedor, me explicou porque eu sou assim, eu tenho a 4 act, o teatro, a ansia por escrever historias, por contar as historias, por dirigir teatro, por fazer teatro, fazer luz de teatro... isso não me tornou o melhor... mas é o que tenho de mais verdadeiro dentro de mim. É o que me faz acordar cedo... dormir tarde... trabalhar no periodo 7X24 e não reclamar... mas sinto falta do resto...

O resto da minha vida...

Você!!

Mas nós nunca teremos isto??

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