Ontem foi dia de despedida. E como toda a despedida, foi doída. E hoje acordei com os resultados desta despedida.
O quarto fedendo a álcool. Diversas latas de cervejas e garrafas jogadas no chão. Eu nunca havia feito isso. De beber em casa. Mas ontem foi dia de despedida. Foi a ultima vez que a vi. Foi a ultima vez que me viu.
Depois de um longo abraço ela passou a catraca e se perdeu entre a multidão que descia as escadas rolantes. Levou a sua mala, o seu amor e os meus sonhos. Foi se embora a última chance deste homem ser feliz. Ficaram para trás as lembranças, os momentos ao seu lado. Os beijos que não serão dados, os sonhos não realizados, os filhos que não teremos.
Sai prometendo não derramar uma lágrima se quer. E cumpri isso até a hora que cheguei em casa e sozinho na solidão do meu quarto descobri que ela realmente tinha partido pra nunca mais voltar. Ainda guardava uma esperança de que você não tivesse partido. Mas partido você tinha e deixou também meu coração partido.
Agora entendo porque as pessoas bebem. Elas precisam de uma anestesia para dor. Nos precisamos de uma outra dor para esquecer esta dor. Nem que seja uma simples dor de cabeça por ter bebido demais. Ou por ter de arrumar o empilhamento de latas de cerveja e garrafas de vinho e algo que não se sabe o que é, mas que também está vazio. Aglomeram se as latas, garrafas pelo quarto, um corpo e os restos de uma paixão que se foi. Ou que talvez nunca tenha estado aqui.
Bom, seja lá o que for é irrelevante. Só me restam duas certezas. A vida, assim como o rio deve nos levar para algum lugar. E neste lugar você não vai estar.
Só pra não ser monotemático hoje tem a ultima apresentação da peça das meninas da arte do Corpo Ilha de Nós. Tucarena, 19 hs. Vale a pena conferir.
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