domingo, 13 de fevereiro de 2011

Ontem fui levar minha mãe para assistir "A Gaiola das loucas", é musical antigo, na verdade o texto é antigo de 1973, a primeira versão do musical estreiou na Broadway em 1983, então é novinho, como eu (hahaha).

Para quem vive na classe artística a historia é bem batida, um casal homosexual, blá, blá, blá... mas na verdade a historia não é tão batida quando saímos do âmbito artistíco. E antes de ser uma historia sobre homosexualismo é uma linda historia de respeito e amor aos pais, e de como perdemos a mão de vez em quando e como eles estão sempre dispostos a fazer o que for para nos ver felizes.

Mas voltando a minha Mãe, ela dificilmente vai ao teatro a não ser que seja para me ver, ela é muito coruja. Mas esta peça tinha alguns fatores especiais que a motivaram ir. Miguel Fallabella e Diogo Vilela, atores globais, e assim como 90% do público estão lá para vê-los, e eles realmente fazem valer cada centavo pago pelo ingresso, são excelentes, dominam o público e bonito de se ver.

E o segundo motivo é que ela queria ver a ex-nora em cena, eu nunca dei muitas noras oficiais a ela, e não é porque é a minha mãe, mas ela não é daquelas sogras chatas, que querem acabar com a vida da nora, ao contrário. De todas as vezes que eu briguei com a Keila, a razão sempre foi dada para ela. Elas não conviveram muito, na verdade se falaram mais depois que terminamos, e por telefone, mas minha mãe adora ela.

Ficou emocionada ao ver a Ex Nora em cena, parecia até mãe de miss, falou para as amigas que foi a peça, da ex nora, do Miguel, do Diogo, dos meus amigos que fazem a peça... e por que estou falando isso??

Simples. Porque de tanto conviver com pessoas que vivem de teatro, a gente perde a noção de como ele é forte, toca as pessoas, a TV tem um grande poder de comunicação, mas o teatro é ali na frente, ao vivo, ele faz com que as pessoas acreditem mais, sintam mais, se emocionem mais... nunca tinha assistido uma peça ao lado da minha mãe, normalmente estou no palco e ela na platéia. Eu adorei esta sensação, o orgulho dela de ver a Keila em cena, deve ser muito parecido com o orgulho que ela deve sentir ao me ver. Ontem foi com certeza uma noite especial, feliz, agradável.

E é por isso que eu amo tanto fazer teatro, eu faço para os pais, os meus, os seus, dos nossos amigos, dos amigos dos nossos amigos, pessoas que não vivem de teatro, mas vivem ao assistirem teatro, o teatro muda as pessoas, e isso é lindo!!

Obrigado!!

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